Este blog é um projeto idealizado pela professora Eliana Bones e elaborado pelas alunas da escola Sesi CAT Maria José D'Almeida Mello que busca analisar e discutir o comportamento dos seres humanos em função do meio e os processos que interligam os indivíduos em associações, grupos e instituições.
Representantes: Jaqueliny Conceição; Elysabeth Barcellos; Gabriela Libanio; Mariana Trindade; Fernanda Moura
A música a seguir da banda " Skillet - Freakshow" mostra que não devemos seguir um modelo imposto pela sociedade, pelas pessoas influentes, pelas MARCAS. Devemos decidir por nós mesmos como nos vestir, o que comer, onde frequentar, o que comprar. Somos seres racionais capazes de fazer o melhor para o mundo ou trazer a ruína para o mesmo:
Obs.: Você pode ser considerado uma pessoa anormal ou louca por sair de um determinado padrão.
A letra da música pode ser encontrado no link abaixo:
O clipe a seguir do grupo "Hungria Hip Hop - Bens Materiais", mostra a maneira na qual a sociedade é regida pelas MARCAS RENOMADAS que atuam soberanamente perante a maioria dos indivíduos, criando um pensamento fixo e doentio que pode levar tudo e todos à ruína :
Fonte: Youtube
OBS: Qualquer opinião expressa do texto acima tem como função discutir o tema "Obsolência dos bens materiais", se você caro leitor(a) não concorda, deixe seu comentário.
O crescimento dos mercados globais, o aumento da competitividade e as influências de tecnologia, obsolescência e a modernidade estão causando significativos impactos na rotina das organizações.
O foco antes dedicado exclusivamente à obtenção de vantagem competitiva em embalagem, desenvolvimento de novos produtos e redução de custos de matéria prima, hoje passou a ser ampliado, pois a grande maioria dos produtos disponíveis no mercado hoje não é totalmente consumida.
Os descarte adequado de resíduos de materiais não utilizados, embalagens e produtos com componentes químicos estão caracterizando um grande desafio às organizações, e seu impacto sobre a sociedade e meio ambiente fazem do tema um caso de extrema relevância.
Entre as alternativas de destino a estes materiais, existe a reciclagem, o reprocessamento e devolução ao mercado, ou ainda, no caso de não haver mais utilidade do material, o descarte pela deposição em algum depósito definitivo na forma de lixo.
É notável o crescente interesse pelo assunto convencionalmente chamado de “logística reversa”, contudo ainda poucos autores se dedicaram a pesquisa e desenvolvimento de material científico sobre o tema.
Na Logística tradicionalmente realizada, parte-se de um fabricante e define-se o caminho até o consumidor final. De forma simplificada, a Logística Reversa trata do caminho inverso, no qual o produto tem como ponto de partida os inúmeros consumidores, com destino ao fabricante.
Desta forma pode-se verificar a primeira característica do processo: o desafio de reunir produtos disseminados entre milhares de clientes para retornarem a um mesmo fabricante. As empresas cada vez mais investem em campanhas sociais e buscam comprometer-se com o meio ambiente e com a saúde. Assim as empresas estão sendo obrigadas a repensar suas estratégias comerciais e seus produtos, pois sua imagem é diretamente afetada caso seu produto cause danos à sociedade.
Apesar da literatura ainda ser bastante restrita sobre o tema, existem algumas definições, conceitos e nomenclatura de Logística Reversa bem aceitos em geral que apresentamos a seguir:
“Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduo de produtos e embalagens…” (CLM, 1993:323, Apud: Leite, 2003).
“Logística reversa: em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura…” (Stock, 1998:20, Apud: Leite, 2003).
“O Processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição” (Rogers e Tibben-Lembke, 1999:2, Apud: Leite, 2003).
“Logística reversa cuida dos fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final” (Novaes, 2004: 54)
Desta forma, a logística reversa tem como objetivo tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios, agregando valor econômico, ecológico, legal e de localização. Ainda segundo Novaes (2004) a logística reversa tem dois objetivos distintos: recapturar valor; e oferecer disposição final.
Estas atividades visam 3 finalidades: reciclagem, reprocessamento ou descarte. Entende-se como reciclagem a transformação de componentes/materiais usados para serem reincorporados na fabricação de novos produtos. Este é o exemplo do aço: a sucata de produtos descartados é misturada ao mínimo de ferro em indústrias siderúrgicas.
Sob a ótica da reciclagem e preservação do meio ambiente, alguns autores citam a logística reversa como logística verde. A indústria de latas de alumínio é notável no seu grande aproveitamento de matéria prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas.
Nos casos em que a reciclagem é anti-econômica ou há excesso de oferta no mercado, é necessário garantir o descarte de forma segura para a população e meio ambiente.
Existem ainda outros setores da indústria onde o processo de gerenciamento da logística reversa é mais recente, como na indústria de eletrônicos, automobilística e de produtos radioativos. Estes setores também têm que lidar com o fluxo de retorno de embalagens, de devoluções de clientes ou do reaproveitamento de materiais para produção.
Tendo como foco o reprocessamento para ampliação do ciclo de vida do produto/embalagem, podemos citar como exemplo os fabricantes de bebidas. Estes têm que gerenciar todo o retorno das garrafas dos pontos de venda até seus centros de distribuição.
Uma situação diferenciada trata de empresas terceiras que têm como objetivo de negócio a reciclagem de materiais para um novo processo produtivo, independente do fabricante original. Podemos citar exemplos de produtos inseridos neste cenário como sendo pneus, cartuchos de tinta de impressoras, garrafas pet, etc., que não voltam para sua indústria de origem, mas sim são fontes de matéria prima para indústrias completamente diferentes
A logística reversa de pós-venda é área de atuação da logística que se ocupa do equacionamento e operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas de bens de pós-vendas em uso ou com pouco uso, os quais por diferentes motivos retornam aos diferentes estágios das cadeias de distribuição direta. O objetivo do negócio desta área da logística empresarial é agregar valor a um produto que é devolvido por razões comerciais, erro no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento, avarias no transporte, etc...
Por outro lado, a logística reversa de pós-consumo é a área de atuação da logística que equaciona e operacionaliza o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de consumo que são descartados pela sociedade e que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio dos canais de distribuição reversos específicos.
Área de atuação e as diversas etapas da logística reversa
O campo de atuação da logística reversa é bem ilustrado por Leite (2003) através da próxima figura, onde são resumidas as principais etapas dos fluxos reversos nas duas áreas de atuação acima citadas:
Foco de atuação da logística reversa
Conclusão
É notório que a Logística Reversa, embora com uma importância crescente, é ainda uma área com pouca ênfase na estratégia competitiva das empresas. Podemos observar este fato quando verificamos que, apesar de representar uma operação tão complexa quanto à logística convencional, não há função gerencial dedicada a este assunto nas empresas.
No Brasil, pelo fato da legislação ainda engatinhar na questão ecológica / ambiental, fator de grande influência na motivação para a organização de um canal convencional, as estatísticas e materiais bibliográficos da logística reversa limitam-se praticamente a casos de reciclagem bastante tradicionais, como por exemplo, o das garrafas PET, das latas de alumínio, materiais ferrosos e de óleos lubrificantes.
Os desafios da logística reversa são ainda maiores comparados à logística convencional. As fontes de produtos de pós-consumo ficam, em geral, próximas aos grandes centros e irão alimentar indústrias que estão distantes destes centros, próximas às matérias primas novas, gerando dificuldades logísticas.
Os impactos da alta competitividade mundial já estão sendo percebidos, através de problemas como aquecimento global, desmatamento e poluição. E por esta razão, os consumidores estão cada vez mais exigentes quanto à responsabilidade social empresas, que não devem mais ter foco no curto prazo, e sim como o futuro.
Referências: Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias. Disponível em: <www.inpev.org.br>. Acesso em 24 Abril 2007.
LACERDA, Leonardo. Logística Reversa – Uma visão sobre os conceitos básicos e as práticas operacionais. acessado no endereço web http://www.centrodelogistica.com.br/new/fs-panoramas.htm, em 28/03/2007.
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
REVISTA LOGÍSTICA Movimentação e Armazenagem de materiais. Uma fábrica de desmontagem. Ano XXVII – No. 196 – Janeiro de 2007. São Paulo: Editora Instituto IMAM.
MALINVERNI, Cláudia. Logística Reversa: Em nome do meio ambiente. Revista Tecnologística. Ano IX – N° 102 – Maio 2004. Publicare Editora.
MUELLER, Carla Fernanda. Logística Reversa Meio-ambiente e Produtividade. Acessado na Internet no endereço web http://www.gelog.ufsc.br/Publicacoes/Logistica%20Reversa.pdf em 31/03/2007.
NOVAES, Antônio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: Estratégia, Operação e Avaliação. 2ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
ROGERS, Dale S., TIBBEN-LEMBKE, Ronald S., Going Backwards: Reverse Logistics Trends and Practices, Center of Logistics Management, University of Nevada, Reno, 1998.
A seguir, está apresentado um vídeo no qual uma garota representante do grupo ECO no Canadá, faz um discurso em uma conferência mundial realizada no Rio de janeiro, acerca das questões de consumismo desnecessário, obsolência dos materiais, meio ambiente e a pobreza e a miséria no mundo:
O texto a seguir mostra um método que vem sendo muito utilizado na fabricação dos materiais chamado: OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA
Prática muito difundida pela indústria atual, a Obsolescência Programada busca manter os lucros através do estímulo ao consumo desnecessário.
Um breve histórico
Na década de 1920 do século passado, para manter a venda de seus produtos em nível alto, industriais passaram a adaptar sua produção de forma a tornar seus produtos mais frágeis e perecíveis, mesmo aqueles que tinham como característica a durabilidade. Deste modo, passaram a adotar duas práticas: a de usar materiais que se desgastam mais rapidamente, como no caso das lâmpadas incandescentes, e a incorporar novas tecnologias periodicamente aos produtos, como forma de agregar prestígio a eles, como acontece ainda hoje com os automóveis.
Em 1929, a crise da Bolsa de Nova Iorque causou diminuição no consumo, sendo necessária uma nova conduta para reaquecer a economia. Foi então que surgiu nos Estados Unidos a ideia do “Modo de Vida Americano” (American Way of Life), em que os produtos eram associados à diversão e à própria felicidade. Esta associação favoreceu a retomada do consumo neste contexto de crise.
Do ponto de vista econômico, o consumo é importante, pois movimenta a economia, gerando empregos e avanços tecnológicos. Daí a preocupação dos governos em estimulá-lo, como forma de fazer os países crescerem. Entretanto, estas vantagens devem ser pesadas em relação ao passivo ambiental (ou custos da degradação ambiental) que causam, pois a produção industrial impacta o ambiente desde a obtenção de matéria-prima, passando pela fabricação e chegando aos resíduos produzidos.
Obsolescência Programada: o que é?
Obsolescência é o processo de tornar algo obsoleto, ultrapassado, arcaico ou antigo. Assim, a Obsolescência Programada consiste em fazer produtos duráveis com “prazo de validade”, ou seja, produtos que têm sua vida útil determinada em sua fabricação, por meio do uso de materiais que se deterioram mais rapidamente ou pela constante incorporação de novas tecnologias, tornando modelos anteriores ultrapassados, mesmo quando em perfeito funcionamento. Produtos que antes eram usados por várias gerações, como eletrodomésticos e utensílios para o lar, hoje não têm mais uma vida útil semelhante. É o que ocorre, por exemplo, com os televisores. Muitos compraram novos aparelhos de LCD recentemente, não porque seus aparelhos estivessem quebrados ou com funcionamento comprometido, mas porque a tecnologia empregada nos mais novos é mais moderna. Desta forma, TVs em ótimo estado de conservação e em condições de uso transformam-se em lixo eletrônico precocemente.
O preço a ser pago:
Importantes questões devem ser consideradas em relação à Obsolescência Programada
Contaminação: Esta prática acaba por aumentar o despejo no ambiente de elementos tóxicos e radioativos usados em muitos dos aparelhos eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Isto põe em risco o solo, os lençóis freáticos e cursos d’água, a atmosfera e a saúde pública, pois sua decomposição é demorada e seu manejo, via de regra, totalmente inadequado.
Subemprego e saúde pública: Em busca de componentes valiosos, como o cobre e ouro, catadores manuseiam, sem qualquer equipamento de proteção ou treinamento, estes materiais nocivos, expondo-os ao ambiente, aos animais e às outras pessoas. Este é um fenômeno comum em países em desenvolvimento, onde o subemprego e a importação do lixo tecnológico dos países desenvolvidos são realidade. Um caso que repercutiu no Brasil ocorreu em Goiânia/GO, em 1987, quando catadores de sucata abriram um aparelho radiológico abandonado nas antigas instalações de uma clínica de radioterapia goiana, espalhando o material radioativo, Césio 137, pelo ambiente. Muitas foram as sequelas e mortes. Embora este exemplo não se refira a um equipamento doméstico, pode servir para ilustrar o perigo a que a população em geral está exposta, uma vez que, como já dito, há eletrodomésticos que empregam materiais tóxicos e radioativos, como TVs e fornos de micro-ondas e que, por falta de uma regra específica (ou mesmo do cumprimento das regras existentes), podem ser depositados em locais inadequados (É importante saber que só em agosto de 2010 foi promulgada, no Brasil, uma Política Nacional de Resíduos Sólidos mais próxima de sua realidade contemporânea, depois de tramitar por duas décadas no Congresso Nacional).
O fim dos recursos: Taxas de consumo grandes como as atuais aceleram a extinção dos recursos naturais por sua utilização em volume muitas vezes superior à capacidade de recomposição do ambiente. Desta forma, estes recursos tendem a sumir do planeta caso continue a exploração crescente para a manutenção do consumo e para fazer face às necessidades dos novos consumidores que saem da faixa de pobreza.
O impacto da geração de energia: Mais produção significa mais necessidade de energia e sua geração apresenta custos ambientais altos, como o aumento no uso de combustíveis fósseis, altamente poluidores, de combustíveis nucleares, de alto risco ambiental, e usinas hidrelétricas, que alagam grandes faixas de terras e impactam grandes regiões, comunidades e ecossistemas.
O Dilema
Como se pode perceber, vive-se hoje um dilema entre os fatores ecológico e econômico: Como combinar a manutenção dos níveis de crescimento, altamente dependentes do consumo, com as necessidades mundiais por um meio ambiente preservado e um desenvolvimento sustentável? Como produzir mais com todo o passivo ambiental deixado às futuras gerações pelo modelo vigente?
Existe solução?
É necessário repensar o modo de produção, substituindo a ideia de que a inovação só virá pela fabricação ilimitada de novos produtos, por outra, que admite que ela possa vir pela melhoria dos já existentes. Nesta nova realidade, os serviços de assistência técnica recuperariam a importância que tiveram em outros tempos, já que seria por meio deles que as inovações produzidas pelas indústrias seriam adaptadas aos bens de consumo existentes, a preços mais acessíveis. Isto desestimularia a compra de novos produtos. Por que não desenvolver computadores pessoais que possam, por meio de serviços técnicos, receber peças mais modernas ou softwares que garantiriam seu funcionamento em novos cenários tecnológicos, ao invés de desenvolver um novo computador a cada evolução criada? Para que isso ocorra, as grandes indústrias teriam que abrir mão da Obsolescência Programada e voltar a investir em produtos duráveis, sem “prazo de validade” oculto.
A adoção da Logística Reversa, que consiste na devolução para os fabricantes dos resíduos dos produtos, como embalagens e rótulos, e dos próprios produtos, depois de inutilizados, poderia ser uma alternativa para a reutilização das matérias-primas para a fabricação de novas embalagens, rótulos e produtos, de forma a exigir menos do meio ambiente.
Iniciativas como o Consumo Compartilhado, que consiste no uso comunitário de espaços ou bens diversos, poderiam ser reforçadas pelo aumento na durabilidade dos utensílios, uma vez que produtos mais resistentes poderiam ser trocados e utilizados por um longo período de tempo, de acordo com as necessidades das pessoas envolvidas. Para quê comprar uma batedeira nova se seu vizinho tem uma que, embora não use mais, funciona normalmente? A sociedade, ao entender que os produtos só têm valor se servirem efetivamente para seu bem-estar, ao invés da noção atual de que o valor está no prestígio que acompanha o produto, deixará o consumo irracional.
A seguir, um vídeo fazendo um resuminho de tudo que você leu acima e mais algumas coisas:
Autor: Maurício da Costa Barros Fontes:
Texto - http://brasil.thebeehive.org/content/1842/5065
Vídeo - Youtube